Plica sinovial no joelho: entenda esta condição
A plica sinovial no joelho é uma condição muitas vezes desconhecida, mas que pode ser a causa de dores persistentes e incômodas nessa articulação.
Embora a plica seja uma estrutura normal presente no joelho de muitos indivíduos, ela pode se tornar problemática quando inflamadas ou irritadas, resultando em desconforto e limitações nos movimentos.
Então, se você tem sentido estalos, dor ou sensação de travamento no joelho, é possível que a síndrome da plica sinovial esteja por trás desses sintomas.
Acompanhe esse artigo e entenda melhor!
O que é plica sinovial no joelho? Quando ela se torna um problema?
A plica sinovial no joelho é uma dobra da membrana sinovial, tecido que reveste internamente a articulação do joelho e produz o líquido sinovial, responsável por lubrificar e nutrir a articulação.
Durante o desenvolvimento embrionário, o joelho é inicialmente dividido em compartimentos por membranas sinoviais, que normalmente se reabsorvem com o crescimento.
Entretanto, em algumas pessoas, essas dobras permanecem presentes após o nascimento, formando o que chamamos de plica sinovial.
Ter plica sinovial é algo comum e considerado normal do ponto de vista anatômico, muitas pessoas possuem essas estruturas sem nunca apresentar qualquer sintoma.
O problema ocorre quando essa plica se torna espessa, inflamada ou irritada.
Quando isso acontece, surge o que é conhecido como Síndrome da Plica Sinovial, uma condição em que essa estrutura passa a interferir no movimento normal da articulação.
Quais são as causas da Síndrome da Plica Sinovial?
Entre as principais causas da Síndrome da Plica Sinovial, estão:
- Movimentos repetitivos do joelho: atividades como corrida, ciclismo ou esportes que envolvem flexão e extensão frequentes podem irritar a plica;
- Traumas diretos no joelho: uma batida ou queda pode inflamar ou espessar a plica, levando ao início dos sintomas;
- Uso excessivo da articulação: treinos intensos ou falta de tempo adequado de recuperação aumentam o risco de inflamação;
- Inflamações articulares prévias: condições como artrite ou sinovite no joelho podem deixar a plica mais sensível ou propensa à irritação;
- Desequilíbrio muscular ou biomecânico: alterações na marcha, encurtamentos musculares ou instabilidades podem favorecer o atrito da plica com outras estruturas do joelho;
- Crescimento ou espessamento da plica: em algumas pessoas, a própria anatomia da plica pode predispor ao atrito com o fêmur ou a patela.
Quais são os sintomas que indicam problema nesse tecido?
Para identificar problemas na plica sinovial, é preciso estar atento aos seguintes sintomas:
- Dor na parte anterior ou medial do joelho: geralmente piora ao subir escadas, agachar ou após longos períodos sentado;
- Sensação de estalido ou "clique": é comum sentir ou ouvir um estalo quando o joelho é dobrado ou estendido, especialmente durante o movimento repetitivo;
- Inchaço ou sensibilidade local: pode haver leve edema e sensibilidade ao toque na região afetada;
- Sensação de travamento ou instabilidade: o joelho pode parecer que vai "falhar" ou dar uma "travadinha", especialmente durante a atividade física;
- Rigidez ou desconforto após repouso: após ficar com o joelho imóvel por um tempo, a dor pode se intensificar ao retomar os movimentos;
- Diminuição da performance esportiva: em atletas, a dor e os estalidos podem interferir no rendimento e na confiança durante a prática esportiva.
Como realizamos o diagnóstico da plica sinovial?
O primeiro passo envolve uma conversa com o paciente para entender o histórico dos sintomas.
Então, durante o exame físico, podemos realizar manobras para provocar os sintomas da plica, como pressionar a região medial do joelho enquanto movimentamos a perna, observando se há dor ou estalido.
Embora o exame clínico seja bastante sugestivo, é comum que a síndrome da plica sinovial seja confundida com outras condições, como condropatia patelar ou lesão do menisco, já que os sintomas podem ser parecidos.
Assim, para auxiliar no diagnóstico, podemos solicitar exames de imagem, sendo a ressonância magnética o mais utilizado.
A ressonância permite visualizar a presença da plica, seu espessamento, inflamação e possível interferência nos movimentos da articulação.
Além disso, em casos inconclusivos, podemos encaminhar o paciente para realização de uma artroscopia diagnóstica.
A partir desse procedimento observamos diretamente o interior da articulação do joelho e confirmamos se a plica está inflamada, espessada ou interferindo no movimento.
Qual é o tratamento para essa condição? Quando é necessário realizar cirurgia?
O tratamento da síndrome da plica sinovial geralmente começa de forma conservadora, com o objetivo de reduzir a inflamação e aliviar os sintomas.
As primeiras abordagens incluem o uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, repouso relativo, aplicação de gelo e modificação das atividades que provocam dor, como corrida ou agachamentos repetitivos.
A fisioterapia para joelho também é uma parte importante do tratamento.
O foco será no alongamento, fortalecimento dos músculos ao redor do joelho e reequilíbrio biomecânico da articulação.

Na maioria dos casos, essas medidas são eficazes e promovem melhora.
Porém, quando os sintomas persistem por mais de três a seis meses, apesar do tratamento conservador adequado, podemos indicar a cirurgia artroscópica.
Esse procedimento minimamente invasivo nos permite visualizar e remover a plica inflamada.
Temos um artigo que fala mais sobre a artroscopia do joelho, confira!
Após a cirurgia, o paciente costuma apresentar boa recuperação, com retorno gradual às atividades físicas.
Como diferenciar problemas na plica sinovial de outras causas de dor no joelho?
Diferenciar problemas na plica sinovial de outras condições que causam dor no joelho pode ser desafiador, pois os sintomas muitas vezes se sobrepõem.
Contudo, com uma avaliação cuidadosa, é possível distinguir essa síndrome de outras causas comuns de dor na articulação.
Nesse sentido, é fundamental contar com o diagnóstico preciso do especialista em joelho.
Somente esse profissional pode avaliar a origem da dor e indicar o tratamento mais adequado para o seu caso.
Então, se você está com desconforto no joelho, agende uma consulta com o ortopedista de joelho para garantir um diagnóstico correto e um plano de tratamento eficiente.
Não espere mais garantir sua qualidade de vida e evitar complicações futuras!
Dr. Diego Munhoz
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!
- Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
- Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
- Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).