Derrame articular no joelho: entenda a condição!
O derrame articular no joelho ocorre quando há acúmulo anormal de líquido dentro da articulação.
O excesso de líquido interfere diretamente no funcionamento do joelho, provocando dor, inchaço, rigidez e limitação de movimento.
Em alguns casos, a pressão interna causada pelo derrame pode ser tão intensa que dificulta atividades simples do dia a dia, como caminhar ou dobrar a perna.
Portanto, é essencial entender as causas, os sintomas e as principais forma de tratamento para garantir uma recuperação completa da articulação.
O que é o derrame articular?
O derrame articular no joelho é uma condição caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido dentro da articulação, geralmente como resposta a um processo inflamatório, traumático ou infeccioso.
Esse líquido é o fluido sinovial, produzido naturalmente para lubrificar e nutrir a articulação, mas que, em situações patológicas, é produzido em excesso, causando inchaço visível e desconforto.
Essa condição é uma resposta do corpo a diferentes tipos de agressões, como traumas, lesões ligamentares ou meniscais, artrites, infecções ou até sobrecarga por esforço repetitivo.
O que diferencia o derrame articular de um simples inchaço?
O que diferencia o derrame articular de um simples inchaço é a origem e a natureza do líquido acumulado.
No derrame, há um acúmulo anormal de líquido sinovial dentro da cápsula articular, geralmente como resposta a lesão, inflamação ou infecção.
Já o inchaço comum pode ser mais superficial e decorrente de edema nos tecidos ao redor da articulação, sem comprometimento interno do joelho.
Segundo a American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS), essa distinção é fundamental para o tratamento correto e para evitar complicações que podem comprometer a função da articulação.
Quais são as causas mais comuns do derrame articular?
O derrame articular no joelho pode ter diferentes origens, variando desde causas mecânicas e traumáticas até condições inflamatórias ou infecciosas.
Confira abaixo as principais causas desse problema:
- Traumas e lesões agudas: pancadas diretas, torções ou entorses que afetam estruturas como ligamentos, meniscos ou cartilagem;
- Lesões ligamentares: causam instabilidade e inflamação com produção excessiva de líquido sinovial;
- Lesão do menisco: especialmente em atletas ou praticantes de esportes de impacto;
- Artrite (reumatoide ou osteoartrite): doenças inflamatórias que afetam a articulação e provocam produção anormal de líquido;
- Gota e pseudogota: acúmulo de cristais nas articulações que gera inflamação e derrame;
- Infecção no joelho: condição grave que exige diagnóstico e tratamento urgentes;
- Uso excessivo e sobrecarga repetitiva: em pessoas que praticam esportes intensos ou atividades físicas extenuantes.
Quais são os principais sintomas dessa condição?
Os sinais do derrame articular no joelho podem variar conforme a causa e a quantidade de líquido acumulado na articulação.
De modo geral, é possível experimentar os seguintes sintomas:
- Inchaço visível: aumento do volume ao redor do joelho, principalmente na parte frontal e nas laterais;
- Dor ao movimentar o joelho: que pode ser leve ou intensa, especialmente ao dobrar ou esticar a perna;
- Sensação de rigidez articular: dificuldade para mover o joelho normalmente, especialmente ao acordar ou após repouso;
- Calor local e vermelhidão: em casos de inflamação ou infecção associada;
- Diminuição da amplitude de movimento: o joelho pode “travar” ou não se mover com liberdade;
- Sensação de peso ou pressão interna: desconforto ao permanecer em pé por muito tempo ou durante a prática de atividades físicas;
- Febre: pode estar presente nos casos de derrame infeccioso (artrite séptica), sendo sinal de alerta.
Como realizamos o diagnóstico do derrame articular no joelho?
O diagnóstico do derrame articular no joelho começa com uma avaliação clínica cuidadosa, em que analisamos o histórico do paciente, os sintomas relatados e realizamos um exame físico completo.
Durante o exame, é comum utilizarmos a manobra do “sinal da onda” ou “baloteio da patela”, que ajuda a identificar o acúmulo de líquido na articulação.

Então, para confirmar o diagnóstico e investigar a causa do derrame, também solicitamos exames de imagem como radiografias, ultrassonografia e, principalmente, a ressonância magnética.
Isso porque, ela permite visualizar possíveis lesões em ligamentos, meniscos, cartilagens ou sinais de inflamação.
Já em casos de suspeita de infecção ou doenças inflamatórias, podemos indicar a punção articular, procedimento em que retiramos o líquido acumulado com uma agulha para análise laboratorial.
Como realizamos o tratamento dessa condição?
Quando o derrame é resultado de uma lesão leve ou sobrecarga, o tratamento inicial costuma envolver repouso, aplicação de gelo, elevação do membro e o uso de anti-inflamatórios não esteroides para reduzir o inchaço e aliviar a dor.
Porém, em casos em que o volume de líquido é maior ou há desconforto intenso, pode ser necessário realizarmos a punção articular.
Nesse procedimento, aspiramos o líquido com uma agulha, tanto para aliviar os sintomas quanto para análise laboratorial.
Assim, se a causa estiver relacionada a lesões ligamentares, meniscais ou artrose avançada, podemos indicar a fisioterapia no joelho, infiltração no joelho com corticoide ou ácido hialurônico e, em alguns casos, cirurgia no joelho.
Porém, quando o derrame tem origem infecciosa, o tratamento é urgente e exige internação hospitalar, uso de antibióticos intravenosos e, muitas vezes, drenagem cirúrgica.
Quando devo procurar o especialista?
A procura pelo especialista é fundamental sempre que houver inchaço persistente no joelho, dor que não melhora e dificuldade para movimentar a articulação ou sensação de instabilidade.
Além disso, sinais como calor local, vermelhidão, limitação funcional ou febre podem indicar processos inflamatórios ou infecciosos mais graves que exigem tratamento imediato.
Dessa forma, mesmo quando o inchaço parece leve, se ele ocorre de forma recorrente, após a prática de atividades físicas ou sem causa aparente, é importante investigar o quadro.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para preservar a função do seu joelho e evitar complicações que podem comprometer a mobilidade a longo prazo.
Então, se você está enfrentando qualquer um desses sintomas, agende uma consulta e cuide da saúde do seu joelho com o acompanhamento de um especialista.
Dr. Diego Munhoz
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!
- Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
- Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
- Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).