Transplante osteocondral: entenda o procedimento e os cuidados no pós-operatório

15 de julho de 2025

O transplante osteocondral é uma alternativa cirúrgica utilizada para restaurar áreas lesionadas da cartilagem articular do joelho, especialmente em pacientes jovens e ativos que desejam manter a funcionalidade da articulação.

Lesões na cartilagem podem causar dor, inchaço, limitação de movimento e, quando não tratadas adequadamente, evoluir para artrose precoce.


Dessa forma, o transplante osteocondral permite a substituição da cartilagem danificada por um enxerto saudável, oferecendo melhores condições para a regeneração do tecido e alívio dos sintomas.


Neste conteúdo, você vai entender o que é esse procedimento, quando ele é indicado, como é realizado e quais os cuidados no pós-operatório.


Continue a ler para entender melhor!


O que é o transplante osteocondral e quais são os benefícios desse tratamento?


O transplante osteocondral é um procedimento cirúrgico utilizado para tratar lesões profundas na cartilagem articular, especialmente no joelho, quando há comprometimento da cartilagem e do osso subjacente.


A técnica consiste na substituição da área danificada por um enxerto cilíndrico que inclui tanto cartilagem saudável quanto o osso, retirado de outra parte do corpo do próprio paciente ou de um doador.


A vantagem do transplante osteocondral está em restaurar a anatomia da articulação com tecido verdadeiro, e não apenas com tecido cicatricial, como ocorre em outros métodos.


Ele é mais frequentemente realizado em pacientes jovens ou de meia-idade, que têm lesões localizadas e não apresentam sinais de artrose avançada.


Este estudo acompanhou pacientes submetidos ao transplante osteocondral, com um mínimo de dez meses de seguimento.


Os resultados indicaram boa melhora na função do joelho e na qualidade de vida dos pacientes, sem ocorrência de infecções ou

necessidade de reintervenção cirúrgica.


Quais são as principais indicações para esse tipo de transplante?


As principais indicações para o transplante incluem:


Lesões osteocondrais localizadas: danos profundos que afetam tanto a cartilagem quanto o osso subcondral, geralmente causados por trauma;

Osteocondrite dissecante: condição em que um fragmento de osso e cartilagem se solta da articulação, afetando a congruência articular;

Condropatias graves e sintomáticas: especialmente aquelas que limitam a mobilidade, causam dor persistente ou impedem atividades físicas.


Como realizamos esse procedimento?


Realizamos o transplante osteocondral por via aberta ou artroscópica, dependendo da localização e da extensão da lesão.


O processo consiste na retirada de um ou mais cilindros de cartilagem saudável com parte do osso subcondral de uma área doadora, que pode ser uma região não suportadora de carga do próprio joelho do paciente (no caso de autoenxerto) ou de um doador (no caso de aloenxerto).


Preparamos cuidadosamente esses cilindros para se encaixar perfeitamente na área lesionada, que é previamente limpa e medida para receber o enxerto.


A técnica exige alta precisão para garantir a integridade do alinhamento articular e a integração do enxerto com o osso receptor.


Geralmente, realizamos o procedimento com anestesia regional ou geral e, após a cirurgia, encaminhamos o paciente para o protocolo de reabilitação com repouso.


Como é a recuperação após o transplante osteocondral? Quais cuidados o paciente deve tomar no pós-operatório?


A recuperação após o transplante osteocondral é um processo gradual e exige atenção a uma série de cuidados específicos para garantir o sucesso do enxerto.


Nas primeiras semanas após a cirurgia, o paciente deve evitar carregar peso sobre o joelho operado, utilizando muletas para locomoção.


Esse cuidado pode exigir de quatro a oito semanas, dependendo da extensão da lesão e do tipo de enxerto utilizado.


A imobilização pode ser parcial ou total, e é comum recomendarmos o uso de órteses para estabilização da articulação.


A fisioterapia para joelho também possui um papel fundamental no pós-operatório, iniciando com exercícios de amplitude de movimento e evoluindo para fortalecimento muscular e reeducação da marcha.


O controle da dor e da inflamação é feito com medicamentos prescritos e, eventualmente, aplicação de gelo e elevação da perna.


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Além disso, o paciente deve evitar atividades de impacto, como corrida e esportes, até liberação médica.


Existem riscos ou possíveis complicações nesse procedimento?


O transplante osteocondral é, em geral, considerado um procedimento seguro e eficaz para tratar lesões focais na cartilagem, mas como toda cirurgia, envolve riscos e possíveis complicações, como por exemplo:


  • Infecção: como em qualquer procedimento cirúrgico, pode ocorrer no local da incisão ou na articulação;
  • Trombose venosa profunda (TVP): risco aumentado em cirurgias ortopédicas com imobilização prolongada;
  • Rejeição do enxerto: ainda que rara, pode acontecer quando o enxerto é de um doador;
  • Integração incompleta do enxerto: o osso transplantado pode não se fixar adequadamente ao osso do paciente;
  • Persistência da dor ou rigidez: mesmo após o período de recuperação, especialmente se houver outras alterações articulares associadas;
  • Necessidade de nova cirurgia: em casos de falha do enxerto ou complicações mecânicas.


Como saber se o transplante osteocondral é indicado para o meu caso?


Saber se o transplante osteocondral é indicado para você depende de uma avaliação criteriosa feita pelo ortopedista com experiência em cirurgia do joelho e tratamentos da cartilagem articular.


Como mencionamos, esse tipo de procedimento é mais indicado para pacientes com lesões osteocondrais localizadas e sintomáticas, principalmente quando há falha de tratamentos conservadores, como fisioterapia e infiltrações.


Também consideramos em casos de osteocondrite dissecante ou em pacientes jovens e ativos que desejam manter um bom nível de desempenho físico.


Entretanto, cada caso é único e fatores como a idade, o tamanho e a localização da lesão, o histórico de cirurgias anteriores e o estado geral da articulação influenciam diretamente na decisão.


Por isso, é fundamental contar com a orientação do especialista, que irá solicitar exames de imagem, avaliar seu quadro clínico e indicar a melhor conduta para preservar sua articulação.


Portanto, se você sente dor no joelho, percebe limitação de movimento ou já tentou outros tratamentos sem sucesso, marque sua consulta com o ortopedista de joelho para conhecer as melhores opções de tratamento para o seu caso.


Dr. Diego Munhoz

Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.

Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!

  • Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
  • Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
  • Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).
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