Osteonecrose do joelho: saiba mais
A osteonecrose do joelho é uma condição séria que, se não tratada adequadamente, pode levar à necessidade de cirurgias como a substituição total do joelho.
Caracterizada pela morte de células ósseas devido à interrupção do fluxo sanguíneo na articulação, essa doença costuma evoluir de forma silenciosa, mas progressiva.
Dessa forma, identificar os sinais precoces, conhecer suas causas e buscar avaliação com o especialista são passos fundamentais para preservar a saúde do joelho e evitar complicações mais graves.
Continue a ler e saiba mais!
O que é a osteonecrose do joelho e como ela afeta a articulação?
A osteonecrose do joelho é uma condição em que há a morte das células ósseas devido à interrupção do fluxo sanguíneo para a área afetada.
Então, quando o suprimento sanguíneo do osso do joelho é comprometido, as células ósseas começam a morrer, o que pode levar à perda de estrutura óssea e à deterioração da articulação.
Com o tempo, isso pode causar dor intensa, rigidez e perda de função no joelho, já que o osso afetado pode se desintegrar, afetando a cartilagem e as superfícies articulares.
Assim, o impacto na articulação pode ser prejudicial, pois, à medida que o osso se desgasta, há uma diminuição da capacidade do joelho de suportar peso, resultando em dor constante e limitação no movimento.
Quais são as principais causas da osteonecrose do joelho?
Abaixo estão as causas mais frequentes associadas à osteonecrose do joelho:
- Uso prolongado de corticosteroides: esse tipo de medicamento pode interferir na circulação óssea e está entre os principais fatores de risco;
- Consumo excessivo de álcool: o álcool em grandes quantidades pode prejudicar a produção de células ósseas e afetar a circulação sanguínea;
- Traumas no joelho: lesão no joelho ou fratura que compromete o suprimento de sangue para o osso pode desencadear a osteonecrose;
- Doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico: essas condições frequentemente exigem o uso de corticosteroides e também afetam a microcirculação;
- Doenças hematológicas: como anemia falciforme, que altera o fluxo sanguíneo e pode levar à morte óssea;
- Radiação e quimioterapia: tratamentos que podem danificar diretamente o tecido ósseo e vascular;
- Trombofilias e distúrbios de coagulação: condições que aumentam o risco de obstrução dos pequenos vasos sanguíneos que irrigam o osso.
Quais são os sintomas mais comuns da osteonecrose do joelho?
A osteonecrose do joelho pode se desenvolver de forma silenciosa nos estágios iniciais, mas à medida que a condição progride os sintomas tornam-se mais evidentes, podendo incluir:
- Dor localizada na parte interna do joelho: especialmente quando o paciente caminha, sobe escadas ou permanece em pé por longos períodos;
- Início súbito da dor sem causa aparente: muitas vezes, a dor aparece de forma aguda, mesmo sem histórico de trauma;
- Sensação de rigidez na articulação: principalmente ao acordar ou após períodos de inatividade;
- Inchaço na região do joelho: devido à inflamação provocada pela deterioração óssea;
- Dificuldade para apoiar o peso sobre a perna afetada: o que pode alterar a forma de andar;
- Redução da amplitude de movimento: com o avanço da doença, a articulação se torna cada vez mais limitada;
- Dor noturna ou em repouso: à medida que a osteonecrose progride, a dor pode ocorrer mesmo sem movimento, afetando o sono e o descanso.
Como realizamos o diagnóstico dessa condição?
O processo começa com a análise dos sintomas relatados pelo paciente, além de um exame físico para verificarmos a sensibilidade e os movimentos do joelho.
Entretanto, como os sinais clínicos iniciais podem ser semelhantes aos de outras condições, como a artrose no joelho ou lesão no menisco, os exames de imagem são fundamentais para confirmar o diagnóstico.
Podemos utilizar o raio-X nos estágios mais avançados da doença, quando já há colapso ósseo ou alterações estruturais visíveis.
Porém, nos estágios iniciais da osteonecrose, o exame mais sensível e recomendado é a ressonância magnética.
Isso porque o exame permite detectar alterações precoces no osso e identificar áreas de necrose antes mesmo que apareçam no raio-X.
Além disso, em alguns casos, podemos utilizar a tomografia computadorizada para avaliar a extensão do dano ósseo.
Quais opções de tratamento estão disponíveis para osteonecrose do joelho? Quando a cirurgia é necessária?
O tratamento da osteonecrose do joelho depende do estágio da doença, da intensidade dos sintomas e do impacto na qualidade de vida do paciente.
Nas fases iniciais, quando ainda não há colapso do osso, o tratamento conservador pode ser eficaz.
Isso inclui o uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor, restrição de atividades de impacto, uso de muletas para reduzir a carga sobre o joelho e fisioterapia para manter a mobilidade e fortalecer a musculatura ao redor da articulação.
Além disso, podemos receitar a suplementação de cálcio e vitamina D, bem como o tratamento das causas subjacentes.
Já nos casos em que a dor persiste ou a osteonecrose progride, podemos indicar procedimentos minimamente invasivos, como a descompressão do osso.
Esse procedimento consiste em realizar perfurações controladas para aliviar a pressão e estimular a formação de vasos sanguíneos na região afetada.
Por fim, quando há colapso ósseo, deformidade articular ou falha dos tratamentos clínicos, podemos recorrer à cirurgia.
Nesses casos, o procedimento mais indicado costuma ser a artroplastia do joelho, ou seja, a substituição total ou parcial da articulação por uma prótese.

No nosso blog, temos um artigo completo sobre a artroplastia de joelho, acesse para entender o procedimento!
É possível prevenir a osteonecrose do joelho?
Embora nem todos os casos de osteonecrose do joelho possam ser evitados, é possível adotar medidas preventivas para reduzir o risco de desenvolver essa condição.
Nesse sentido, recomendamos o uso responsável de corticosteroides, a limitação do consumo excessivo de álcool, o controle de doenças autoimunes e metabólicas, e a prática de atividades físicas de forma segura.
Além disso, manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, prática regular de exercícios de baixo impacto e controle de peso corporal, contribui para a saúde óssea e articular como um todo.
Lembramos também que contar com o especialista em joelho é essencial para avaliar de forma precisa sua saúde articular, identificar sinais precoces da doença e orientar sobre os cuidados específicos para o seu caso.
Portanto, se você sente dor persistente no joelho ou tem fatores de risco para osteonecrose, não espere os sintomas se agravarem.
Agende uma consulta agora mesmo com o ortopedista especializado para obter uma avaliação personalizada.
Dr. Diego Munhoz
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!
- Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
- Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
- Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).