Diagnóstico da lesão no ligamento cruzado anterior
Você sabe como fazemos o diagnóstico da lesão do LCA? Explicamos o assunto neste texto!
Para diagnosticar a lesão do ligamento cruzado anterior, usamos dados da história do paciente, exame físico e exames complementares.
História
O paciente que tem lesão do ligamento, normalmente, conta uma história de torção de joelho, frequentemente sozinho nos mecanismos de trauma que comentamos.
É comum o paciente ouvir um estalo ou barulho no momento da lesão, que evolui precocemente para um quadro de dor no joelho, inchaço ou derrame articular, e dificuldade de movimentação e apoio do membro.
Exame físico
Durante o exame físico da fase aguda, o paciente pode ainda manter um grau de inchaço, mas a medida que a reação inflamatória diminui, conseguimos perceber a frouxidão decorrente da lesão do ligamento com 3 principais testes:
Lachmann
O teste de Lachmann é realizado com o paciente deitado com 20-30 graus de flexão do joelho. Nele, o médico realiza um movimento de anteriorização da tíbia e observa se há um aumento da frouxidão para frente do joelho. Nos casos de lesão, o joelho vai mais pra frente do que o normal, pois não tem mais a restrição do ligamento.
Gaveta
O teste da gaveta é similar ao teste de Lachmann, contudo é realizado com o joelho em 90°. Essa mudança de flexão do joelho faz com que outras fibras sejam avaliadas e nos dá mais informações sobre a frouxidão do joelho. Puxamos a perna do paciente para frente como se fosse puxar uma gaveta para avaliar se o joelho vem muito para frente.
Teste do Pivot
Neste teste, avaliamos a estabilidade de rotação do joelho. Dobramos o joelho fazendo um movimento de rotação e observamos se ocorre um ressalto do joelho. Caso isso ocorra, é indício de frouxidão rotacional.
Após a suspeita clínica, é necessário avaliar o joelho através de exames de imagem para entender a gravidade da lesão e suas lesões associadas. A radiografia nos ajuda para ver se ocorreu alguma avulsão óssea, ou seja, se ocorreu uma fratura junto com o ligamento.
A ressonância magnética, contudo, é o melhor exame para detectarmos a ruptura precisa do ligamento.
Este é um exame acurado que avalia o tamanho da lesão, local e outras lesões, bem como sinais indiretos da ruptura, como inchaço no osso, anteriorização da tíbia, alterações nos meniscos, entre outros.
Esse exame pode ser um pouco mais demorado e desconfortável devido ao barulho e necessidade de ficar muito tempo parado, mas é extremamente importante para planejamento do tratamento adequado.
O ortopedista especialista em joelho é o médico indicado para fazer o diagnóstico das lesões e indicar o tratamento adequado!
Dr. Diego Munhoz
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!
- Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
- Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
- Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).