Osteocondrite dissecante do joelho: por que ocorre?
A osteocondrite dissecante do joelho é uma condição que afeta principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens, caracterizada pela necrose focal do osso subcondral.
Isso pode levar à instabilidade da cartilagem articular e, em casos mais graves, à formação de fragmentos soltos dentro da articulação.
Apesar de ainda não se conhecer uma causa única, a doença está associada a fatores como traumas repetitivos, microlesões, alterações no suprimento sanguíneo do osso e predisposição genética.
Compreender por que essa condição ocorre é fundamental para orientar o tratamento adequado e prevenir complicações.
Isso irá garantir a preservação da função do joelho e a qualidade de vida do paciente.
O que é a osteocondrite dissecante e como ela afeta o joelho?
A osteocondrite dissecante (OCD) do joelho é uma condição adquirida caracterizada pela necrose focal do osso subcondral, levando à desestabilização da cartilagem articular.
Essa lesão pode resultar na separação do complexo osso-cartilagem do leito ósseo, formando corpos livres intra-articulares que comprometem a função do joelho.
A OCD é mais comum em crianças e adultos jovens, especialmente em atletas, e pode afetar a qualidade de vida devido à dor no joelho, edema, estalos articulares e sensação de bloqueio ou falseio.
A localização mais frequente da lesão é na face postero-lateral do côndilo femoral medial.
Isso sugere uma possível relação com traumas repetitivos ou micro traumas que interrompem a circulação sanguínea local, levando à necrose óssea.
Se não tratarmos adequadamente, a OCD pode evoluir para artrose, com sequelas funcionais permanentes.
Quais fatores contribuem para o desenvolvimento da osteocondrite dissecante?
Os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da osteocondrite dissecante incluem:
- Trauma repetitivo ou microtraumas: impactos contínuos sobre o joelho, comuns em atletas de esportes de alto impacto;
- Isquemia local: interrupção ou redução do fluxo sanguíneo no osso subcondral, levando à necrose focal;
- Predisposição genética: histórico familiar pode aumentar a suscetibilidade à doença;
- Alterações biomecânicas: desalinhamentos do joelho ou carga desigual sobre a articulação que sobrecarregam áreas específicas do côndilo femoral;
- Idade e desenvolvimento ósseo: crianças e adolescentes em fase de crescimento apresentam maior risco devido à vulnerabilidade do osso em formação;
- Doenças associadas: condições que afetam a circulação ou a saúde óssea, como osteonecrose ou desequilíbrios hormonais, podem favorecer o surgimento da lesão.
Quais sintomas acompanham essa condição?
Os principais sintomas da osteocondrite dissecante do joelho incluem:
- Dor localizada: geralmente no joelho, piorando com atividades físicas de impacto ou repetitivas;
- Inchaço e edema articular: que pode variar de leve a moderado;
- Estalos no joelho ou crepitações: sensação de “estalidos” durante o movimento da articulação;
- Sensação de bloqueio ou falseio: o joelho pode “travar” ou “falhar” em alguns movimentos;
- Restrição de movimento: dificuldade para dobrar ou estender totalmente o joelho;
- Instabilidade: sensação de que a articulação não está firme, principalmente em lesões mais avançadas.
Como é feito o diagnóstico da osteocondrite dissecante do joelho?
Inicialmente, investigamos os sintomas relatados pelo paciente, como dor localizada, estalidos articulares, sensação de bloqueio ou falseio, além de histórico de traumas ou sobrecarga repetitiva.
Durante o exame físico, avaliamos sinais de instabilidade, amplitude de movimento e pontos de sensibilidade.
Então, para confirmar a presença e a gravidade da lesão, geralmente usamos a radiografia, pois ela permite identificar alterações no osso subcondral e fragmentos soltos.
A ressonância magnética é importante também, especialmente em casos iniciais ou quando há dúvida sobre a estabilidade do fragmento.
Isso nos possibilita visualizar com precisão a cartilagem, o osso subcondral e a viabilidade do fragmento osteocondral.
Por fim, em alguns casos, podemos utilizar a tomografia computadorizada para detalhar a anatomia da lesão antes de procedimentos cirúrgicos.
Como realizamos o tratamento dessa condição?
O tratamento da osteocondrite dissecante do joelho depende da idade do paciente, da maturidade esquelética, da estabilidade da lesão e da viabilidade do fragmento osteocondral.
Em crianças e adolescentes, o manejo conservador costuma ser eficaz, envolvendo restrição de atividades de impacto e acompanhamento clínico e radiográfico frequente para monitorar a evolução da lesão.

Já em casos de lesões instáveis, fragmentos soltos ou em pacientes adultos, as intervenções cirúrgicas tornam-se necessárias.
Entre as opções cirúrgicas estão a fixação do fragmento osteocondral, remoção de fragmentos instáveis e transplante osteocondral.
O objetivo dessas abordagens é restaurar a congruência da articulação, melhorar a função do joelho e prevenir a progressão para osteoartrite precoce.
Como o acompanhamento do especialista pode ajudar a prevenir complicações ou evolução da doença?
O acompanhamento com o ortopedista especializado em joelho é fundamental para pacientes com osteocondrite dissecante.
Isso permite a avaliação precisa da gravidade da lesão, a identificação precoce de fragmentos instáveis e a definição do tratamento mais adequado para cada caso.
Por meio de consultas regulares, exames de imagem e monitoramento clínico, conseguimos ajustar o manejo conservador ou indicar intervenções cirúrgicas quando necessário.
Assim, prevenimos a progressão da doença e reduzimos o risco de complicações, como a osteoartrite precoce e a perda de função do joelho.
Reforçamos que contar com a orientação de um profissional experiente garante que o paciente receba cuidados personalizados, otimizando a recuperação e preservando a mobilidade a longo prazo.
Portanto, para cuidar da saúde do seu joelho e evitar que a condição evolua, agende uma consulta com o ortopedista especialista em joelho agora mesmo!
Dr. Diego Munhoz
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!
- Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
- Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
- Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).