Síndrome de Osgood-Schlatter: diagnóstico e tratamento

5 de agosto de 2025

A Síndrome de Osgood-Schlatter é uma condição que pode ocorrer na adolescência, especialmente em jovens fisicamente ativos e em fase de crescimento acelerado.

Caracterizada por dor e inchaço na parte anterior do joelho, logo abaixo da patela, essa síndrome ocorre devido ao estresse repetitivo sobre a região onde o tendão patelar se conecta à tíbia.


Embora seja autolimitada, ou seja, tende a desaparecer com o fim do crescimento ósseo, os sintomas podem causar bastante desconforto e limitar a participação em atividades esportivas.


Por isso, o diagnóstico correto e o tratamento adequado são essenciais para aliviar a dor, prevenir complicações e permitir o retorno seguro às atividades físicas.


O que é a Síndrome de Osgood-Schlatter e quem ela acomete?


A Síndrome de Osgood-Schlatter é uma alteração inflamatória que costuma surgir em adolescentes em fase de crescimento acelerado, especialmente entre os 8 e 15 anos de idade.


Ela se manifesta como dor e inchaço na parte anterior da perna, logo abaixo do joelho, na área da tuberosidade da tíbia, ponto onde o tendão patelar se conecta ao osso.


Essa dor tende a se intensificar com práticas esportivas que envolvem impacto, como correr, pular ou agachar, e costuma aliviar com períodos de repouso.


Embora afete mais frequentemente meninos, a diferença entre os sexos tem diminuído, já que cada vez mais meninas participam de atividades esportivas.


Em geral, apenas um dos joelhos é afetado, mas não é incomum que o quadro atinja ambos os lados.


Na maioria dos casos, os sintomas regridem espontaneamente após o fim do crescimento rápido, embora possa permanecer um pequeno volume palpável sob o joelho mesmo depois da melhora da dor.


Quais são as causas dessa condição?


As principais causas da Síndrome de Osgood-Schlatter incluem:


  • Crescimento rápido dos ossos: durante os surtos de crescimento, os ossos se alongam mais rapidamente do que os músculos e tendões, gerando tração sobre a tíbia;
  • Atividades físicas intensas: esportes que envolvem corrida, salto, mudanças bruscas de direção ou agachamentos repetitivos (como futebol, basquete e ginástica) aumentam a sobrecarga sobre o tendão patelar;
  • Uso excessivo do joelho: treinos frequentes ou sem tempo adequado de recuperação podem agravar o estresse sobre a articulação;
  • Desequilíbrio muscular: musculatura encurtada ou enfraquecida pode alterar a distribuição de forças sobre o joelho, favorecendo a inflamação;
  • Predisposição individual: fatores biomecânicos, como o alinhamento das pernas e a forma como o corpo se move, também podem influenciar o surgimento da síndrome.


Quais sinais e sintomas ajudam a identificar a síndrome de Osgood-Schlatter?


A Síndrome de Osgood-Schlatter costuma causar dor na parte frontal do joelho, logo abaixo da rótula, mais precisamente na área onde o tendão patelar se insere na tíbia.


Essa dor geralmente se intensifica com movimentos que exigem esforço das pernas, como correr, saltar ou subir escadas, e tende a diminuir com o descanso.


Também é comum haver inchaço e aumento da sensibilidade ao toque na região afetada.


Em alguns casos, é possível notarmos uma saliência óssea no local, que pode ser vista ou sentida com as mãos.


Quais são as opções de tratamento disponíveis? Quando o adolescente pode voltar às atividades físicas? 


Podemos tratar a Síndrome de Osgood-Schlatter com medidas conservadoras, que visam aliviar os sintomas e permitir a recuperação da articulação sem comprometer o crescimento.


Inicialmente, costumamos recomendar repouso e a redução, ou adaptação, das atividades físicas que agravam a dor, favorecendo o controle da inflamação local.


A aplicação de compressas frias na região afetada também é uma estratégia simples e eficaz para diminuir tanto o inchaço quanto o desconforto.


Em alguns casos, podemos indicar o uso de medicamentos anti-inflamatórios para aliviar a dor e a inflamação de forma mais direta.

Outro recurso importante é a fisioterapia para joelho.


Devemos focar no alongamento e no fortalecimento dos músculos que sustentam o joelho, principalmente o quadríceps e os isquiotibiais.


Esse trabalho contribui para melhorar a flexibilidade, corrigir desequilíbrios musculares e proteger a articulação durante o movimento.



A maioria dos adolescentes apresenta melhora com esse tipo de abordagem e pode retomar suas atividades normalmente, desde que respeite as orientações médicas.


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Porém, lembramos que o retorno aos esportes deve ser feito de forma gradual.


Assim, deve-se evitar esforços intensos nas fases iniciais e priorizar exercícios que reforcem a musculatura e a estabilidade do joelho.


É possível prevenir essa condição?


Sim, é possível adotar medidas que ajudam a reduzir o risco de desenvolver a Síndrome de Osgood-Schlatter.


Para isso, recomendamos manter a musculatura da coxa bem alongada e fortalecida, evitar sobrecargas repetitivas sobre os joelhos e respeitar os limites do corpo durante os treinos.


Também é preciso garantir períodos adequados de descanso entre as atividades físicas e fazer uso de calçados adequados.


Além disso, durante os surtos de crescimento, é importante contar com o acompanhamento do especialista em joelho.


O ortopedista pode avaliar o desenvolvimento ósseo e muscular do adolescente, orientar práticas seguras de atividade física e intervir precocemente ao primeiro sinal de dor ou desconforto no joelho.


Então, se seu filho está em fase de crescimento e participa de atividades esportivas com frequência, agende uma consulta com especialista em joelho.



A prevenção e o acompanhamento adequado são essenciais para garantir um desenvolvimento saudável e evitar limitações futuras!


Dr. Diego Munhoz

Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.

Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!

  • Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
  • Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
  • Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
  • Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).
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