Descompressão óssea do joelho: entenda o procedimento e suas indicações
A descompressão óssea do joelho é um procedimento cirúrgico indicado, principalmente, para tratar a osteonecrose, uma condição que afeta o osso da articulação, resultante da interrupção do fluxo sanguíneo.
A osteonecrose caracteriza-se pela morte do tecido ósseo, o que pode gerar dor intensa, rigidez e, se não tratado adequadamente, levar à degeneração progressiva da articulação, comprometendo a qualidade de vida do paciente.
Assim, a descompressão visa aliviar a pressão interna do osso afetado, promovendo uma melhor circulação sanguínea e estimulando a regeneração do tecido ósseo.
Entenda melhor neste artigo!
O que é a osteonecrose do joelho?
A osteonecrose no joelho é uma condição caracterizada pela morte de células ósseas em uma região do osso devido à interrupção do fluxo sanguíneo local.
Quando o suprimento de sangue é comprometido, o tecido ósseo começa a se deteriorar, o que pode causar dor intensa, rigidez e dificuldade para movimentar a articulação.
Essa condição afeta com mais frequência o côndilo femoral medial e pode surgir de forma espontânea (idiopática), estar relacionada a traumas, uso prolongado de corticosteroides ou outras doenças sistêmicas.
O diagnóstico precoce é essencial para evitar a progressão do quadro e preservar a função do joelho.
Temos um artigo que aborda com mais detalhes a osteonecrose do joelho, confira!
O que é a descompressão óssea do joelho?
A descompressão óssea do joelho, também conhecida como descompressão do núcleo, é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo indicado principalmente para o tratamento da osteonecrose.
Estudos mostram que a descompressão óssea tem resultados ideais quando usada nos estágios iniciais da doença.
Assim, quando realizado de forma precoce, antes do colapso articular, a descompressão óssea pode ser uma ótima alternativa para preservar a função do joelho e adiar intervenções mais invasivas, como a prótese total de joelho.
Como realizamos esse procedimento?
A descompressão do joelho é um procedimento cirúrgico realizado em ambiente hospitalar, mas, em muitos casos, o paciente recebe alta no mesmo dia, retornando para casa com orientações específicas de cuidados pós-operatórios.
Nessa técnica, introduzimos uma agulha ou broca através do osso tibial ou femoral até a área afetada.
O procedimento é guiado por imagens, como radiografias ou ressonância magnética, e nosso objetivo é criar canais que permitam a formação de novos vasos sanguíneos, melhorando a vascularização e reduzindo a pressão no interior do osso, que causa dor e favorece a necrose.
Em determinadas situações, também podemos associar o procedimento à aplicação de enxertos ósseos ou materiais biológicos que auxiliam na regeneração do tecido danificado.
Quais são as principais indicações para esse procedimento?
As principais indicações para a descompressão óssea no joelho estão relacionadas, sobretudo, ao tratamento da osteonecrose em estágio inicial.
Assim, as indicações mais comuns para esse procedimento incluem:
- Osteonecrose espontânea do joelho em fases iniciais (sem colapso do osso subcondral);
- Falha do tratamento conservador (repouso, medicamentos, fisioterapia);
- Preservação articular em pacientes jovens, nos quais se busca evitar ou adiar a artroplastia de joelho;
- Quadros dolorosos persistentes localizados no côndilo femoral medial (mais comum), com sinais radiológicos compatíveis;
- Necrose associada ao uso de corticosteroides ou outras causas não traumáticas.
Como é a recuperação do paciente após a descompressão óssea? Quais cuidados são necessários?
A recuperação após a descompressão óssea do joelho costuma ser gradual e requer cuidados para garantir o sucesso do tratamento e a regeneração do tecido ósseo.
Nos primeiros dias após o procedimento, costumamos indicar que o paciente utilize muletas para evitar a sobrecarga na articulação operada, especialmente se a perfuração foi feita em áreas com risco de colapso.
O tempo de restrição de apoio pode variar de duas a seis semanas, dependendo da extensão da lesão e da resposta individual à cirurgia.
Durante esse período, acompanhamos a evolução por meio de exames clínicos e de imagem, como radiografias ou ressonância magnética.
Além da proteção da carga, é essencial iniciar um programa de fisioterapia, que ajustaremos conforme a tolerância à dor e os objetivos funcionais.
A fisioterapia visa restaurar a mobilidade do joelho, fortalecer a musculatura da coxa e melhorar o equilíbrio, reduzindo o risco de recidiva.

Além disso, podemos indicar o uso de medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios para controle da dor no pós-operatório imediato.
Existe risco de complicações após a descompressão óssea do joelho?
A descompressão óssea do joelho é considerada um procedimento minimamente invasivo e, geralmente, seguro, especialmente quando realizada em estágios iniciais da osteonecrose.
No entanto, como qualquer intervenção cirúrgica, pode apresentar alguns riscos e complicações, como por exemplo:
- Infecção local: embora rara, pode ocorrer e requer tratamento com antibióticos ou, em casos mais graves, drenagem cirúrgica;
- Fratura no local da perfuração: principalmente se houver múltiplas perfurações ou fragilidade óssea significativa;
- Lesão de estruturas adjacentes: como vasos ou nervos, embora seja incomum com o uso de técnicas de imagem guiada;
- Falta de resposta clínica: em alguns casos, o alívio da dor pode ser parcial ou inexistente, sendo necessária uma abordagem mais invasiva posteriormente, como a artroplastia do joelho.
Apesar desses possíveis efeitos adversos, lembramos que a taxa de complicações é relativamente baixa quando o procedimento é bem indicado e executado por um ortopedista experiente.
Como saber se esse procedimento é indicado para o meu caso?
Para saber se a descompressão óssea é indicada para o seu caso, é fundamental contar com a avaliação do especialista em joelho, que poderá realizar uma análise detalhada da sua condição.
O ortopedista começará com uma entrevista clínica para entender o histórico de sintomas, incluindo a dor e a possível limitação de movimento, além de identificar fatores como a idade e o nível de atividade física, que influenciam diretamente na escolha do tratamento.
Em seguida, serão necessários exames de imagem, como radiografias ou ressonância magnética, para avaliar o estágio da osteonecrose e verificar se o colapso ósseo já ocorreu ou se ainda é possível intervir de forma conservadora.
Com base nesses dados, decidimos se a descompressão óssea é a abordagem mais adequada, levando em consideração os riscos e benefícios para o seu caso específico.
Como mencionamos, esse procedimento é mais eficaz em estágios iniciais da osteonecrose, quando não há colapso significativo da articulação, por isso, uma avaliação precoce pode ser decisiva para preservar a função do seu joelho e evitar tratamentos mais invasivos no futuro.
Então, agende sua consulta com o ortopedista especializado em joelho para receber um diagnóstico preciso e discutir as opções de tratamento mais adequadas!
Dr. Diego Munhoz
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!
- Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
- Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
- Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).