Colágeno tipo 2 para o joelho funciona?
Você gostaria de entender se o colágeno tipo 2 pode ajudar no problema do seu joelho?
Esse tipo específico de colágeno tem sido cada vez mais citado como aliado da saúde das articulações, especialmente em casos de desgaste da cartilagem.
Mas será que ele realmente funciona?
A ciência já tem algumas respostas sobre os benefícios desse suplemento para o alívio da dor e da inflamação no joelho.
Neste artigo, vamos explicar melhor o que é o colágeno tipo 2, como ele age no corpo e o que dizem os estudos sobre sua eficácia no cuidado com as articulações.
O que é o colágeno tipo 2 e qual seu papel nas articulações?
O colágeno tipo 2 é uma das formas mais importantes de colágeno presentes no organismo humano, sendo o principal componente estrutural das cartilagens articulares.
Ele é fundamental para manter a integridade, a elasticidade e a resistência dessas estruturas, que funcionam como amortecedores naturais entre os ossos.
Pode ser oferecido ao paciente na forma de suplemento, geralmente em cápsulas ou sachês, para auxiliar na manutenção da saúde das articulações.
É extraído, principalmente, da cartilagem de frango, fonte natural dessa proteína estrutural, que contém aminoácidos essenciais e outros componentes importantes para a integridade da cartilagem articular.
Esse tipo específico de colágeno é diferente do colágeno encontrado na pele e nos ossos, pois é voltado especialmente para sustentar e proteger as articulações, podendo ser um aliado no tratamento de condições como artrose e lesões articulares.
Assim, ele tem sido estudado por sua ação imunomoduladora, ajudando a reduzir processos inflamatórios nas articulações e promovendo melhora da dor e da função articular.
Portanto, embora ainda sejam necessárias mais pesquisas para estabelecer diretrizes definitivas, os estudos disponíveis apontam que o colágeno tipo 2 pode ser um aliado no cuidado das articulações, especialmente quando associado a hábitos saudáveis e acompanhamento do especialista.
O colágeno tipo 2 é realmente eficaz para dores no joelho e problemas articulares?
Esse estudo demonstrou que o colágeno tipo 2 reduziu de forma significativa dor, rigidez e melhorou a funcionalidade das articulações, além de elevar a qualidade de vida nos pacientes tratados em comparação ao placebo.
Outra pesquisa constatou que, após 90 dias, indivíduos entre 60 e 80 anos com artrose de joelho que receberam a substância apresentaram maior redução na escala visual de dor do que aqueles que não utilizaram o suplemento.
Entretanto, é importante destacar que outras formas de colágeno (como os peptídeos hidrolisados) também apresentam algum benefício em artigos recentes, embora muitas dessas evidências ainda sejam consideradas limitadas.
Assim, embora o colágeno tipo 2 pareça promissor, são necessárias mais pesquisas de maior envergadura para confirmar sua eficácia.
Em quais condições essa substância pode ajudar?
Confira abaixo algumas condições nas quais o colágeno tipo II pode oferecer benefícios:
O colágeno tipo 2 pode reduzir a dor e melhorar a função articular em pessoas com artrose, principalmente de joelho.
O colágeno tipo 2 é o principal componente estrutural da cartilagem.
A suplementação pode atuar na modulação da resposta imunológica contra o colágeno endógeno, ajudando a proteger o tecido articular contra a degeneração progressiva.
Lesões articulares ou sobrecarga (ex.: prática esportiva)
Pode beneficiar pessoas que praticam atividades físicas intensas e que sofrem com dor ou rigidez articular, mesmo sem diagnóstico de artrose.
Ele pode reduzir marcadores inflamatórios e melhorar a mobilidade, contribuindo para prevenção de lesões crônicas.
Artrite reumatoide (em casos leves)
Alguns estudos sugerem efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores em casos leves de artrite reumatoide, embora os resultados ainda sejam controversos e o uso não substitua tratamentos médicos convencionais.
Existem contraindicações ou efeitos colaterais no uso dessa substância?
Sim, o colágeno tipo 2 geralmente é considerado seguro, mas existem algumas contraindicações.
Em geral, é bem tolerado por adultos saudáveis, mas é preciso atenção a:
- Alergia a frango ou derivados: o colágeno tipo 2 não desnaturado é frequentemente extraído da cartilagem de frango;
- Gravidez e lactação: faltam estudos robustos sobre segurança; o uso deve ser avaliado por um profissional de saúde;
- Doenças autoimunes graves: embora existam estudos sobre esse tipo de colágeno em doenças como artrite reumatoide, o uso deve ser supervisionado pelo ortopedista, pois pode haver interação com o sistema imune;
- Uso concomitante com imunossupressores: pode haver interferência, já que o colágeno tipo 2 atua na modulação imunológica.
Além disso, o paciente pode perceber os seguintes possíveis efeitos colaterais:
- Desconforto gastrointestinal leve (náuseas, gases, diarreia ou constipação);
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Reações alérgicas (raras, mas possíveis, especialmente se houver sensibilidade ao frango).
O colágeno tipo 2 substitui outros tratamentos ortopédicos?
O colágeno tipo 2 não substitui os tratamentos ortopédicos convencionais, mas atua como um coadjuvante.
Como vimos, sua principal função é auxiliar na redução da inflamação e da dor, além de contribuir para a proteção e a regeneração das cartilagens articulares, já que ele é o principal componente estrutural da cartilagem.
Entretanto, seu uso isolado não é suficiente para tratar quadros mais avançados ou que exijam intervenções específicas, como fisioterapia para joelho, infiltração no joelho, uso de medicamentos anti-inflamatórios ou até cirurgias.

Por isso, é fundamental que o colágeno tipo 2 seja utilizado com acompanhamento médico e dentro de um plano de tratamento abrangente e individualizado.
Devo procurar orientação médica antes de iniciar o uso de colágeno tipo 2?
Sim, é fundamental procurar orientação médica antes de iniciar o uso de colágeno tipo 2, especialmente quando o objetivo é tratar ou prevenir problemas nas articulações, como no joelho.
Embora ele tenha mostrado benefícios em estudos clínicos, sua eficácia pode variar de acordo com o estágio da doença, a condição geral do paciente e a presença de outras comorbidades.
Dessa forma, apenas o especialista em joelho poderá avaliar corretamente o seu quadro, indicar se esse tipo de suplemento é apropriado para o seu caso e, principalmente, integrá-lo a um plano de tratamento adequado.
Ressaltamos que a automedicação, mesmo com suplementos, pode atrasar o diagnóstico de condições mais sérias ou gerar falsas expectativas.
Por isso, o ideal é contar com acompanhamento profissional.
Então, se você sente incômodos, rigidez ou estalos no joelho, agende sua consulta com o ortopedista especialista e tire suas dúvidas com segurança.
Dr. Diego Munhoz
Médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho graduado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.
Acompanha com proximidade o quadro clínico do paciente e atua do diagnóstico a reabilitação!
- Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP);
- Residência em Ortopedia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Especialização em cirurgia de Joelho pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos residentes de ortopedia durante o ano de 2018 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Preceptor dos alunos de medicina(internos) durante o ano de 2019 Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP);
- Habilitado em Cirurgia Robótica do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho;
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
- Atualmente, cursa doutorado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (IOT HC FMUSP).









